Disciplina:
Educação Comunitária
Vídeo-aula 9: Educação comunitária e direitos humanos. Por Ana Maria
Klien
Visualizado em 06/11/2012
Aqui
percebemos que a educação comunitária, surge inicialmente não dentro de um
contexto escolar, mas relacionada a educação não formal, na década de 80, 90,
ela passa ser associada ao contexto escolar, ou seja dentro de uma perspectiva
de educação formal.
O objetivo da
educação comunitária é formar sujeitos coletivos, "isto é de sujeitos que se compreendam em meio á coletividade que se
tornem corresponsáveis pelas ações, relações, conflitos e decisões que ocorrem
na comunidade, numa perspectiva critica.”.
Dentro do contexto escolar, ela se caracteriza
na democratização dos espaços e das relações de participação de todos os
envolvidos e da melhoria da qualidade de educação.
Paulo Freire
é o principal autor que trata e influencia outros a tratarem o conceito entre a
escola e comunidade!
“ Aprender na comunidade, com ela e para ela, significa usar a história
da
sua própria região, exteriorizando a cultura do silêncio. Significa
aprender a
engajar-se na sua própria região, tornando-se consciente da situação
sociopolítica e lutando para que as
sociedades fechadas sejam transformadas em
sociedades abertas... é uma questão de
urgência que as escolas se tornem
menos fechadas, menos elitistas, menos autoritárias, menos distanciadas
da
população em geral. Isso é para a educação comunitária uma questão de
fundamental importância. “(FREIRE, 1995: 12-13).
Paulo Freire
defende que os conteúdos extrapolem os conceitos de disciplinarização,
aprendendo com as questões que emergem da sociedade, ou seja cidadania, tendo
os problemas sociais como fonte de reflexão, articulando todos os conceitos
aprendidos na escola, com a vida cotidiana e tudo isso fazendo realmente parte
dos currúlos escolares.
E educação comunitária, considera todos os
contextos e espaços educativos.
Família;
Cidade;
Sociedade;
Escola.
Nas cidades
educadoras, nascidas na década de 90, toda a cidade é considerada "responsável"
pela educação, esse papel não é limitado á escola, como é caso, por exemplo, da
cidade Sorocaba que trabalha neste sentido.
Podemos
entender um pouco mais sobre esse conceito de “Cidades Educadoras” na
reportagem transmitida pela TV Cultura, na cidade São Paulo.
Mas como levar tudo isso para dentro da
escola?
Para Trilla (1993)
* Aprender na cidade: todas as educações educativas que compõem a
cidade passem á fazer parte dessa rede;
* Aprender da cidade: agente informal, levando os alunos a questionarem
o que aprendemos na cidade que é relevante e o que pode ser transformado;
* Aprender a cidade: saber dos potencias e que cada individuo é um
sujeito com potencialidades e capaz de transformação.
Como trabalhar a cidade dentro da escola?
* Mapeamento (Conhecer toda essa comunidade): questionando o onde são
esses lugares que podem fazer parte dessa rede, o que podem contribuir quem são
as pessoas que podem ser parceiros e porque poderão contribuir, em quais ações,
em quais projetos;
* Trilhas educativas: contexto pedagógico, olhares orientados por temas
específicos. Duplo caráter;
* Intencionalidade e Objetividade: dadas pelo tema;
* Caráter Calendoscópio: ou seja, perceber o olhar de diferentes
sujeitos sociais sobre aquele tema;
É necessário abrir as portas da escola e envolver toda a comunidade
para a educação.
* Projetos Transversais e Interdisciplinares: a articulação de um tema
estudado com os conteúdos curriculares, feitos á partir da trilha. Enfim,
fazendo toda a conexão da transversalidade e interdisciplinaridade estudada e
comentada em aulas anteriores, á partir da reflexão e da visão sócio critica de
possibilidade de transformação (tendo aqui um papel ativo), revindicando seus
direitos, dentre eles os diretos humanos.
Imagem retirada de: http://educacaoemdh.blogspot.com.br/
Os Direitos Humanos-
DH estão diretamente ligados com a democracia, um interdepende do outro.
·
Liberdade;
·
Igualdade;
·
Solidariedade.
Na escola os
DH estão relacionados á valores ações necessárias á formação dos cidadãos em
sociedades democráticas e ao desenvolvimento integral do ser humano e perpassam
pela maioria dos temas que envolvem a realidade social, como por exemplo:
·
Direitos Sociais Econômicos e Culturais;
·
Direitos das Crianças e Adolescentes;
·
Discriminação Racial;
·
Discriminação contra a mulher;
·
Direitos relacionados á educação;
·
Gênero e orientação sexual na educação.
No artigo
sobre: A ESCOLA FRENTE ÀS NOVAS DEMANDAS SOCIAIS: EDUCAÇÃO
COMUNITÁRIA E FORMAÇÃO PARA A
CIDADANIA , De: Ana Maria Klein – USP – e
Cristina Satiê de Oliveira Pátaro
– UNESP, percebemos claramente a necessidade da escola se conectar a toda a
comunidade, até como uma estratégia de superação aos desafios postos á escola
nos dias atuais.
http://www.pucsp.br/revistacordis/downloads/numero1/artigos/1_escola_novas_demandas.pdf
“A escola pode converter-se em uma instituição que reúne e difunde os
esforços de
distintas instâncias da comunidade visando a melhora e a transformação social. Esta
transformação implica de um lado na possibilidade de participação
democrática efetiva de
demais agentes escolares e extra-escolares na discussão e na busca do enfrentamento de
problemas comuns; de outro lado, na permeabilização do currículo
escolar aos problemas da
comunidade, ou seja, trazer para dentro das salas de aula temas e
discussões, através de
projetos, vinculados à realidade e aos problemas da comunidade.
A escola articulada à comunidade, portanto, não é concebida apenas como
uma.
instituição meramente transmissora de conhecimentos, mas sim como um
local onde se
trabalham afetos, valores, normas, modelos culturais e onde se criam
laços de coesão social."
Ainda
de forma tímida, mas significativamente aqui em Bauru, uma amiga educadora
inserida na rede pública de ensino desenvolveu com seus alunos um projeto sobre
empreendedorismo, realizando em alguns momentos a ocupação e participação dos
espaços públicos e realizando a todo momento a reflexão crítica sobre a
realidade.
06/09/2012 | Educação
Projeto de Sustentabilidade ensina noções de empreendedorismo a alunos
de Emei
Nesta quinta-feira, 06/09, 75 alunos com idade entre 2 e 5 anos, da Emei
Hubert Rademark, no Núcleo Edson Bastos Gasparini, participaram de uma
confraternização com pizza e refrigerantes. O mais interessante é que o
dinheiro para a aquisição dos produtos foi obtido através do trabalho dos
próprios alunos durante o Projeto “Empreender é ser”.
Após as fases de coleta, venda do material reciclado, rifa de um puff feito de garrafas pet e um bazar de roupas e objetos usados, os alunos conseguiram arrecadar cerca de R$300,00 e com esse valor fizeram as compras dos produtos para o lanche comunitário desta quinta, acompanhados por professores e auxiliares de creche.
A ida ao mercado propiciou aos alunos as noções de economia doméstica e negociação entre outros.
Entretanto, um dos acontecimentos que chamou a atenção dos coordenadores do projeto, foi o espírito de equipe e solidariedade entre os alunos, ao relatarem que o grupo, ao fazer as compras no mercado, atentou para o fato de que um deles tem intolerância à lactose e que muitos dos produtos que estavam sendo adquiridos no supermercado, ele não poderia ingerir, já que eles observavam isso durante a hora do lanche no dia-a-dia, quando estavam juntos do mesmo, e assim optaram por levarem alguns produtos que o aluno em questão pudesse consumir também.
Enfim, durante todo o projeto, de forma adaptada aos seus limites, os alunos puderam entender o empreendedorismo a partir da sustentabilidade, desde como colaborar com o meio ambiente, reaproveitar material até transformá-lo em fonte de renda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário