domingo, 11 de novembro de 2012

Vídeo-aula 8: Distúrbios alimentares (anorexia e bulimia, obesidade)


Disciplina Saúde na Escola
Vídeo-aula 8: Distúrbios alimentares (anorexia e bulimia, obesidade)
Visualizado em 11/11/2012

Essa vídeo aula fala dos distúrbios alimentares, tendo como considerações iniciais a importância da alimentação equilibrada, completa e variada para a nossa saúde e que esses distúrbios alimentares ocorrem á partir da interação de fatores psicológicos, biológicos, familiares e sócio culturais e gera alterações significativas no comportamento alimentar.

A Pediatra, Professora, Doutora, Lilia de Souza Li, do Departamento de pediatria da Unicamp, foi quem contextualizou um pouco mais sobre esses distúrbios:
Para ela alimentação na adolescência é derivada á partir de vários fatores: psicológicos, socioeconômicos e culturais e por ser uma fase de grande crescimento e desenvolvimento, passa a ser uma fase de alta vulnerabilidade para o aparecimento dos distúrbios alimentares, gerando uma influencia negativa no crescimento e desenvolvimento, caso a alimentação seja feita de forma inadequada.
Na fase da adolescência aumenta até 14% a as necessidades de ingestão proteica, aumentando muito a oferta das vitaminas, tiamina, faz ainda o lembrete que o açúcar refinado diminui a tiamina, e os adolescentes consomem muitos doces e carboidratos.
Outra alteração é o aumento da necessidade da Vitamina C, e nos caso de fumantes ou pessoas que utilizam anticoncepcionais existe uma espoliação dessa vitamina. A vitamina B12 também deve ser observada principalmente em adolescentes que fazem dietas radicais ou se tornam vegetarianos exclusivos.
O aumento de ácido fólico e consequentemente da necessidade de Vitaminas A e D também são inerentes dessa fase.
O principio norteador dessa fase é a pirâmide alimentar.


Com base na necessidade hídrica (Aproximadamente 2 litros de água por dia), depois o carboidrato (Até 60% do total de consumo diário), posteriormente as verduras e vegetais, depois as carnes peixes, derivados lácteos e por ultimo a gordura o açúcar e o sal.

“Os distúrbios alimentares, esses são considerados um dos principais transtornos psiquiátricos comuns nessa faixa etária, são eles:
* Anorexia Nervosa (AN);
* Bulimia Nervosa (BN);
* Transtornos alimentares não especificados (TANE);
* AN atípica;
* BN atípica;
* Transtornos de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP);
* Outros;”

Na AN ou BN, normalmente ocorrem:
* Medo mórbido de engordar;
* Auto avaliação, muito negativa, sempre se veem mais gordos do que são;
* Criam dietas muito restritivas;
Descontrole do comportamento alimentar;
* Utilização de métodos inapropriados para atingir esse corpo.

A causa pode estar associado à genética, ou até mesmo aos neurotransmissores, derivando muitas vezes nas alterações de personalidades e alterações psiquiatras, ou até mesmo relações familiares conflituosas, alterações socioeconômicas.


A anorexia nervosa também está relacionada ao nosso ideal de beleza, onde a magreza é cultuada e valorizada.

Tratando-se na Bulimia Nervosa- BN, vimos que o nome Bulimia, significa: “Fome de Boi", ou seja, comer como um boi, compulsão alimentar.
*São episódios recorrentes de ingestão de excesso de alimento com perda de controle;
*Preocupação persistente com o comer e desejo irresistível pela comida;
* O medo de engordar a culpa pela ingestão alimentar leva a métodos compensatórios, tais como: Vômitos, Laxantes e Diuréticos.
* Frequência de 02 vezes por semana por pelo menos 03 meses.



A Anorexia é mais comum que a Bulimia nas meninas mais novas e já a Bulimia tende a desenvolver mais tarde por volta dos 16, 17 anos de idade.
Essas doenças geram desnutrições muito graves, gerando alto índice mortalidade derivado dos distúrbios metabólicos.
* De 20 á 30 % vão chegar á óbito em algum momento da Vida;
* De 20 á 30% vivem entre superação e recaídas;
* 40% Tem apenas um episódio.

São doenças psiquiátricas e é muito importante uma equipe interdisciplinar para trabalhar esse problema.

Obesidade:
* É um distúrbio do metabolismo energético, onde ocorre um armazenamento excessivo de energia no tecido adiposo, sob a forma de triacilglicerídeos;
* É uma doença complexa, multifatorial, com sobreposição de fatores genéticos, comportamentais e ambientais.

“Ter um dos pais obesos aumenta em mais de duas vezes o risco de uma criança obesa ou não obesa ser obesa na idade adulta e se ambos os pais forem obesos o risco de obesidade é de 80%."



Aqui além da genética temos a predisposição alimentar, ou seja, o padrão alimentar da família possivelmente embasará a formação do padrão alimentar da criança.

Fatores que predispõem o que se come com o que se gasta (calorias):
* Questões Sociais (poder aquisitivo);
* Urbanização;
* Mudanças de hábitos alimentares: alto teor calórico, gordura saturada;
* Comportamento Humano: sedentarismo, atividades com pouco gasto energético.

O tratamento da obesidade é feito á partir de:
* Readequação alimentar: orientação alimentar, mudança de hábitos, otimização da atividade física;
* Criança segue os padrões paternos, se esses não forem modificados ou manejados em conjunto, um insucesso do tratamento já é previsto, ou seja, tem que ser incorporado por toda a família.
O conhecimento desses distúrbios oportuniza aos educadores perceber se algum desses distúrbios faz parte da vida de seus alunos e assim incentivar o aluno a buscar a ajuda, dando o suporte necessário.

Sobre anorexia segue, um depoimento de uma jovem com a doença, retirado do site: http://sinasocial.blogspot.com.br/2010/11/anorexia-nervosa.html

Com 12 anos, 1.60 de altura e 49 kg achava-me gorda e tinha vergonha da minha barriga. Achava bonito modelos magras tipo Shirley Mallmann. Comecei a fazer uma dieta "básica" exercício. Com 13 anos pesava 36 kg e ainda me achava gorda. Fazia de 1 a 2 horas de exercício 6x por semana. Então comecei a vomitar de vez enquando. Sem perceber tinha me afastado de todos meos amigos, chorava muito e tinha vontade de morrer. Sentia-me tonta e a minha mãe resolveu levar-me ao médico. Ele receitou que 3x por semana fosse ao hospital tomar soro. A minha mãe acatou, mas eu reagi e disse que estava me sentindo bem e que amanhã comeria direito. Então levavam-me, à força, para fazer soro 1x por semana. Com isso comia menos ainda porque pensava que o soro engordava. Com 32 kg, minha mãe estava desesperada descobriu que estava a vomitar. Foi quando descobrimos a Dra. X. Aceitei ir porque pensei que iria ser como os outros médicos; eu dizia que não iria comer e não comia. com 30 kg e muito desnutrida ela queria me internar porque estava com anorexia nervoa. Na primeira semana não cumpri nada. Quando voltei eu e meus pais levamos uma bronca. Aí os meus pais começaram a ficar em cima mesmo. Mas ainda assim enganava-os e escondia comida nos bolsos e vomitava depois. Proibida de fazer exercícios acordava de madrugada para me exercitar. Logo minha mãe descobriu. A Dra. X. deu-me uma semana para aumentar de 500g a 1 kg se nao iria internar-me. Eu achava que os meus pais nunca iria permitir. Na outra semana, quando fui à consulta havia perdido 200g, então ela falou com meos pais e se eu não fosse internada ela negar-se-ia a tratar-me; acabei por ser internada. No dia 23 de dezembro de 1997 com 30 kg e 13 anos fui internada no hospital, foi quando começou o período mais difícil do tratamento, comecei a dizer que iria fazer greve de fome, a Dra. deu-me 4 dias para aumentar 400g e trouxe a sonda ao meu quarto para me mostrar o que me iria acontecer se eu não começasse a comer, vi que não tinha outra opção e comecei a comer. Mesmo internada eu continuava a por a comida dentro dos bolsos e a vomitá-la em vasos, a minha casa de banho ficava fechada 24 horas por dia e quando precisava ocupá-la uma enfermeira acompanhava-me. Restrita de visitas de familiares e amigos eu chorava muito, foram 3 meses e meio de sofrimento. Voltei para casa na páscoa para fazer um teste de como eu me comportaria. Como me comportei e comia direitinho não voltei mais pro hospital. A Dra. liberou os exercícios, comecei a nadar duas vezes por semana. Quando voltei para casa não saía de casa porque me achava gorda e nao queria que ninguém me visse assim. Com 46 kg achava-me gorda e tive uma pequena recaída. Fui forçada a recuperar ou voltaria para o hospital, novamente não tive saída e voltei aos 50 kg com muito esforço. Chegou o verão e eu só ia pra piscina de fato de banho pois tinha vergonha da minha barriga. Aos poucos, com os exercicios, a minha barriga foi se definindo e a minha auto estima subindo. Hoje vou ao ginásio 2 vezes por semana e de dois em dois meses vou fazer revisão na Dra, ainda faço terapia com minha psiquiatra 2 vezes por mês. Estou com 1,65 de altura e 51 kg. Ainda tenho um pouco de medo de comer mas, também tenho medo de racaídas. Hoje tenho consciência de que se não me tivessem internado o tratamento, em casa, jamais daria certo."
Por: Jéssica Credidio




No Grupo de Estudos do Facebook, Filmes, Livros e Psicologia, do qual estrai a foto acima o tema é muito bem comentado  e assim posto o mesmo na integra:


TRANSTORNOS ALIMENTARES

Os transtornos alimentares têm recebido muita atenção dos meios de comunicação nos últimos anos, em parte pela importância do tema que afeta
milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano e em parte por atingir pessoas do mundo da moda e das artes ( modelos, bailarinas e atletas ).
A grande maioria dos que sofrem os transtornos alimentares - mais de 90% - são adolescentes 
e mulheres jovens por estarem numa época da vida em que a manutenção de uma forma física ´´ ideal `` é um valor muito cultivado. A nossa cultura ratifica e apoia estes conceitos. Estar magro é uma condição para aceitação, reconhecimento e sucesso.
Na tentativa de atingir esta meta de estar magro a qualquer custo as pessoas fazem regimes muito rigorosos aos quais os especialistas atribuem um papel fundamental no desencadeamento dos transtornos alimentares.
As consequências destes transtornos podem ser muito graves e 1 em cada 10 casos termina em morte por parada cardíaca, desnutrição ou suicídio.
As pessoas que sofrem este grupo de transtornos frequentemente não reconhecem que são portadoras de um transtorno mental que pode levar à morte ou incapacitação severa. As pessoas amigas e familiares que têm informação a respeito podem ajudar muito no encaminhamento dos afetados para um processo diagnóstico e de tratamento.
Os dados clínicos acumulados até agora apontam na direção de se tentar iniciar o tratamento o quanto antes. Aqueles que demoram muito a procurar ajuda têm uma perspectiva ruim.
Nesta publicação sobre transtornos alimentares estudaremos as três condições clínicas mais importantes que são:
- anorexia nervosa
- bulimia nervosa
- transtorno do comer compulsivo


O QUE É A ANOREXIA NERVOSA?

Os portadores desta condição mental fazem um esforço constante e desesperado para emagrecer e têm um grande pavor da obesidade mesmo quando estão muito magros. Fazem uma rigorosa restrição de alimentos e quando comem provocam o vômito e usam laxativos para eliminar o que foi ingerido. Estes procedimentos levam a uma rápida perda de peso, ficando em geral 15% abaixo do peso esperado para uma pessoa da idade e altura correspondente. Os portadores apresentam também um distúrbio da imagem corporal o que os leva a insistir nos procedimentos citados e no exagero de atividades físicas porque se sentem gordas. Este é um dos poucos transtornos mentais que podem levar à morte na sequência de seu curso natural.
A denominação anorexia nervosa ( anorexia significa inapetência, perda do apetite ) não é correta porque raramente o portador tem uma real inapetência. Ele continua tendo apetite mas tem uma fobia de ingerir os alimentos.
Algumas vezes o transtorno da anorexia nervosa tem uma alternância com o outro transtorno que estudaremos mais tarde nesta publicação ( bulimia nervosa ) e nem sempre é fácil diagnosticar com clareza qual das condições é predominante.


QUAIS OS PRINCIPIOS QUE OS MÉDICOS USAM PARA DIAGNOSTICAR A ANOREXIA NERVOSA?

A organização mundial de saúde ( OMS ) na sua classificação dos transtornos mentais - CID 10 estabelece as seguintes diretrizes:

- peso corporal mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado ( tanto perdido quanto nunca alcançado).
- a perda do peso é auto-induzida por abstencão de ´´ alimentos que engordam `` e um ou mais dos que se seguem: vômitos auto-induzidos; purgação auto-induzida; exercício excessivo; uso de anorexígenos e/ou diuréticos.
- Distorção da imagem corporal na forma de uma psicopatologia específica por meio da qual o pavor de engordar persiste como uma idéia intrusiva e sobrevalorizada e o paciente impõe um baixo limiar de peso a si próprio.
- transtorno endócrino generalizado envolvendo o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, manifestado em mulheres como amenorréia e em homens como perda de interesse e potência sexuais. Pode haver níveis elevados de hormônio do crescimento, níveis aumentados de cortisol, alterações no metabolismo periférico do hormônio tiroidiano e anormalidade de secreção de insulina.
- se o início é pré-puberal, a sequência de eventos da puberdade é demorada ou mesmo detida ( o crescimento cessa; os seios não se desenvolvem; amenorréia primária; os genitais não se desenvolvem ).


QUAL É A PARCELA DA POPULAÇÃO QUE APRESENTA MAIOR OCORRÊNCIA DA ANOREXIA NERVOSA?

A anorexia nervosa ocorre em até 1% de adolescentes do sexo feminino, sendo 20 vezes mais frequente em mulheres do que em homens. Dificilmente as manifestações ocorrem antes da puberdade e a idade de maior incidência é 17 anos.
Os estudos deste transtorno indicam uma ocorrência mais elevada em grupos socio-econômicos mais altos, mas é verificada a sua ocorrência em praticamente todos os estratos sociais e nas variadas culturas.
As adolescentes mais envolvidas nas atividades de modelos, bailarinas e atletas são mais atingidas em função de uma preocupação aumentada com a aparência e a forma física.
Estes transtornos estão experimentando um significativo aumento em sua ocorrência a cada ano que passa.

QUAL É A CAUSA DA ANOREXIA NERVOSA?

Não existe uma causa única da anorexia nervosa. Fatores biológicos, sociais, psicológicos e genéticos podem ter uma participação na determinação dos transtornos alimentares.
A expectativa social de que as pessoas sejam magras torna-se uma obrigação implacável na mente de algumas adolescentes que estão num período de vulnerabilidade psicológica peculiar a esta etapa da vida, e as leva a fazer regimes muito rigorosos, o que funciona como desencadeador da anorexia nervosa.
Os fatores genéticos ficam evidentes na ocorrência maior de casos em determinadas famílias e nos estudos de gêmeos univitelinos ( gêmeos idênticos ), quando um deles tem anorexia nervosa o outro tem um risco muito mais alto que a população em geral.
Os estudos biológicos indicam alterações em alguns mensageiros químicos do cérebro ( neurotransmissores ) e em algumas áreas do cérebro. Além dos fatores mencionados podemos agregar uma observação feita por muitos estudiosos destes transtornos de que as pessoas afetadas tem determinadas características de personalidade em comum: sentimentos de insegurança e desesperança, baixa auto-estima e medo de ficarem gordas. O comportamento alimentar parece desenvolver-se como uma forma de lidar com situações estressantes, com a ansiedade e com o medo que muitas situações da vida despertam.


COMO É A EVOLUÇÃO DA ANOREXIA NERVOSA?

As pessoas que apresentam as manifestações da anorexia nervosa em geral tendem a ser muito obedientes, introvertidas e perfeccionistas. Fazem um rígido controle da alimentação com o objetivo de obter aprovação das outras pessoas e terem a sensação de controle sobre o seu corpo. Isto funciona por algum tempo, mas logo fica claro que estas pessoas estão descontroladas e que podem ficar perigosamente magras.
Após as manifestações iniciais o curso do transtorno é muito variável. Pode haver uma recuperação espontânea sem tratamento ou pode ocorrer uma rápida deterioração resultando na morte. Às vezes ocorre uma recuperação duradoura após um único episódio de perda de peso ou um padrão repetitivo de perdas de peso e recuperação por muitos anos.
A recuperação de peso em poucos casos é total e cerca de 25% dos afetados ficam para sempre com um peso abaixo de 75% do normal.
Muitas adolescentes, mesmo recuperando o peso normal continuam apresentando amenorréia ( falta da menstruação ). É comum a agregação de outros transtornos psiquiátricos ao longo do tempo: Transtornos obsessivo-compulsivos, fobias sociais, dependência de drogas e roubos em lojas (principalmente de alimentos).

E COMO SÃO OS TRATAMENTOS DA ANOREXIA NERVOSA?

Os portadores de anorexia nervosa que perderam peso de uma maneira perigosa a sua saúde, colocando a sua vida em risco tem que ser hospitalizados e tratados por uma equipe multidisciplinar, com a participação de nutricionista, clínico geral, psicoterapeuta, psicofarmacologista e enfermagem especializada. Uma vez realizada a reabilitação nutricional, que pode levar meses, o paciente é encaminhado para o tratamento ambulatorial onde poderá receber psicoterapia individual, psicoterapia ou orientação à família às vezes medicamentos ( psicofármacos ).
Os pacientes que não tiveram uma perda muito significativa de peso podem ir diretamente para o tratamento ambulatorial.
É muito comum a pessoa com anorexia recusar tratamento por não ter consciência de que são portadores de um grave transtorno mental e a ajuda de familiares, professores e amigos pode fazer muita diferença neste momento.
Nunca é demais ressaltar que os tratamentos que apresentam melhores resultados são aqueles iniciados o mais próximo possível do início da sintomatologia.


E O QUE É A BULIMIA NERVOSA?

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar em que a pessoa afetada ingere grandes quantidades de alimentos ( episódios bulímicos ) e depois elimina o excesso de calorias através de jejuns prolongados , vômitos auto-induzidos, uso de diuréticos, uso de laxantes e enemas e a prática exagerada de exercícios físicos. Algumas pessoas fazem uma combinação de todas estas maneiras de desintoxicação.
As pessoas que apresentam a bulimia nervosa quase sempre mantem o peso normal ou ficam acima dele e fazem segredo de todas estas práticas e ocultam o seu problema por muitos anos, mesmo de pessoas que têm uma convivência próxima. Isto torna difícil para médicos e familiares detectar a bulimia.


QUAIS OS CRITÉRIOS QUE OS MÉDICOS USAM PARA ESTABELECER O DIAGNÓSTICO DE BULIMIA?

A organização mundial da saúde ( OMS ) estabelece na sua classificação de transtornos a CID 10 as seguintes diretrizes:
- preocupação persistente com o comer e um desejo irresistível de comida; o paciente sucumbe a episódios de hiperfagia, nos quais grandes quantidades de alimento são consumidos em curtos períodos de tempo.
- o paciente tenta neutralizar os ´´ efeitos de engordar `` dos alimentos através de um ou mais dos que se seguem: vômitos auto-induzidos; abuso de purgantes; períodos alternados de inanição; uso de drogas tais como anorexígenos, hormônios tireodianos ou diuréticos.
- pavor mórbido de engordar com a colocação para si mesmo de um limiar de peso nitidamente definido, bem abaixo de seu peso pré-mórbido, que constitui o peso ótimo ou saudável na opinião do médico. Há frequente episódio de anorexia nervosa.


QUAL É A TAXA DE OCORRÊNCIA DA BULIMIA NERVOSA NA POPULAÇÃO?

Os estudos epidemiológicos ainda não são conclusivos sobre a ocorrência da bulimia nervosa na população mundial. Estudos feitos nos Estados Unidos revelam uma incidência elevada mostram uma taxa de até 40% em mulheres universitárias.


COMO É O SURGIMENTO DA BULIMIA NERVOSA E O SEU CURSO CLÍNICO?

O início da bulimia nervosa geralmente ocorre durante a adolescência ou início da vida adulta, sendo a idade média de início 18 anos.
As características das pessoas afetadas antes do início do transtorno variam muito. Em geral os pacientes bulímicos são mais expansivos. Saem mais, são mais competentes socialmente e tem uma vida sexual mais intensa que aquelas que sofrem de anorexia nervosa.
Os bulímicos, em geral tem mais facilidade de reconhecer os seus problemas com o uso dos alimentos e de procurar e aceitar ajuda médica. Quando procuram ajuda é comum já estarem entre o 3º e 6º ano do transtorno. Perdem peso no início mas com o progresso do transtorno tendem a ganhar peso, possivelmente pela intensidade crescente dos episódios de descontrole alimentar.


QUAL É A CAUSA DA BULIMIA NERVOSA?

Muito pouco se conhece sobre as causas da bulimia nervosa. É possível que os fatores causadores da anorexia nervosa tenham também um papel na origem da bulimia.
Muitos estudos estabelecem um paralelo entre a bulimia e a dependência de drogas pelas semelhanças comportamentais como preocupação com substâncias químicas, perda de controle no uso de substâncias, a natureza secreta de sua problemática e a isolação social que resulta destes comportamentos.
Alguns estudos mostram uma co-existência entre a bulimia e estados de depressão.


COMO É TRATADA A BULIMIA?


Ainda é muito incerto o melhor modo de tratar a bulimia. A maioria dos trabalhos publicados mostram como um caminho terapêutico a associação de psicoterapia e de psicofármacos. Há muitas referencias ao uso de antidepressivos nestes tratamentos mas não fica claro se os antidepressivos exercem seu efeito terapêutico por melhorar o humor ou por um efeito primário no comportamento alimentar.
A terapia de grupo, na qual as pessoas compartilham os seus problemas e se apoiam mutuamente tem se mostrado muito eficaz para as pessoas com bulimia nervosa.

EM QUE CONSISTE O TRANSTORNO DO ´´ COMER COMPULSIVO ``.

É um transtorno que se assemelha à bulimia pelos episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos porém com a diferença de que as pessoas afetadas não produzirem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos.
Os portadores deste transtorno perdem o controle quando comem. Ingerem grandes quantidades de alimentos e não param até que surja um desconforto muito grande. Apresentam uma maior dificuldade de perder peso do que as pessoas com outros problemas alimentares e de peso. A maioria é obesa e tem um histórico de variações de peso.
Este transtorno ocorre em cerca de 2% da população em geral e é mais frequente nas mulheres. Uma parcela importante das pessoas que fazem controle alimentar e de peso com médicos apresentam este transtorno.


COMO PODEMOS AJUDAR AS PESSOAS QUE MANIFESTAM TRANSTORNOS ALIMENTARES?

As pessoas afetadas pelos transtornos alimentares correm sérios riscos de vida pelas consequências de seus comportamentos. O tratamento pode salvar vidas e evitar grandes sofrimentos para o indivíduo afetado e seus familiares.
Amigos, empregadores, professores, familiares, profissionais de saúde mental e médicos em geral podem desempenhar um papel importante ao ajudar uma pessoa com transtorno alimentar a reconhecer a sua condição e procurar um tratamento, mantendo-se nele o tempo necessário para a reabilitação.
Todos podemos ajudar conhecendo mais sobre estes problemas e divulgando o conhecimento que obtemos.

Postado por Libório



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