terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vídeo-aula 11: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH)


Disciplina Saúde na Escola
Vídeo-aula 11: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH). Por Paula Fernandes.
Visualizado em 12/11/2012


O objetivo desta aula não é ensinar como fazer o diagnóstico do TDH, mas conhecer as principais características para conseguir identificar e promover uma sala de aula, mais adequada.

“é um transtorno comportamental e neurológico, de causas genéticas e ambientais que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda vida”.

* Definição: é um transtorno comportamental e neurobiológico de causas genéticas e ambientais. Aparece na infância e pode acompanhar a criança por toda a vida.
É caracterizado pela tríade de sintomatologia:
·         Desatenção: tem dificuldade de prestar atenção a detalhes, parece não escutar quando falam com ele, é facilmente distraído com estímulos alheios, tem dificuldade de organização, cometem erro por descuido, não segue instruções, não termina suas tarefas e perde coisas importantes;
·         Hiperatividade: não consegue envolver-se em atividades silenciosas, está sempre “ á mil por hora” “ á todo vapor”, agita mãos e pés e se remexe na cadeira, tem dificuldade para permanecer sentado, corre exageradamente  e fala demais.
·         Impulsividade: dá respostas precipitadas a perguntas não terminadas, tem dificuldade de aguardar sua vez e interrompe ou se intromete em conversas alheias.

A Hiperatividade gera além do baixo rendimento escolar e dificuldades sociais.

* Prevalência: acometem de 5% á 13 % das crianças em idade escolar. Pode persistir na vida adulta em metade dos casos, é mais comum em meninos. Nas meninas ocorrem de 10% á 25% dos casos de TDH.

* Tipos de TDH:
·         Predominantemente desatento: Mais comum no sexo feminino, tem uma alta taxa de prejuízo acadêmico, são crianças desorganizadas, esquecidas, distraídas, que não copiam as tarefas, vivem no "Mundo da Lua". Tem um nível muito alto de isolamento social e retraimento (grandes dificuldades de se trabalhar em grupos);

·         Predominantemente hiperativo- impulsivo: são crianças mais agressivas, com alta taxa de rejeição pelos colegas, sofrem de impopularidade, são agitas, inquietas e impulsivas;

·         Combinado: é quando realmente se tem o perfil do TDH, pois gera um prejuízo muito grande no funcionamento global da criança, tem dos os comportamentos acima conjuntamente. São rejeitadas pelos colegas e falham muito em fazer planos e prever situações.

Todos os sintomas estão diretamente relacionados à discriminação da tríade sintomatológica feita acima.

* Quadro clinico na escola: Baseado na comparação que infelizmente se torna inevitável neste caso.
Os sintomas mais evidentes são: Alteração nas habilidades linguísticas, falta de noção de espaço (desenhos), dificuldades de reconhecer símbolos gráficos, dificuldades para ficarem sentadas e prestando atenção, pouca coordenação motora (são desajeitadas), estão sempre em movimento e tem dificuldade para terminar tarefas.

* Como é feito o diagnóstico?
É um diagnóstico clinico baseado nos critérios operacionais do DSM- IV ou CID 10, normalmente feito pelo neurologista, psiquiatra ou psicólogo. A partir de uma avaliação com a família, criança e escola, evitando confundir a agitação inerente de algo que a criança não gosta de se envolver (TDH situacional) do TDH mesmo.
O prejuízo do TDH ocorre em dois ou mais contextos.

* Causas do TDH são multifatoriais, sendo uma interação entre os fatores genéticos, biológicos/ físicos e psicossociais.

* Consequências do TDH: baixo rendimento escolar, a criança não consegue mais acompanhar a turma, perda da autoestima, tristeza e falta de motivação, dificuldades de relacionamento, predisposição á episódios depressivos graves, abuso de álcool e drogas, adultos inseguros com baixas habilidades sociais e dificuldades de relacionamento interpessoal.

* Tratamentos: está sempre relacionado com a causa, ou seja, multifatorial e específico para cada causa. Pode ser feito com medicações, psicoterapia e/ou o envolvimento da família e da escola. É preciso ter a visão da criança como um todo, sem fragmentações e com o envolvimento de todos os sujeitos de sua vida.

* Possibilidades de intervenção na escola: Educação, a buscar a conscientização da família, da equipe de toda comunidade escolar.
Objetivos: Ajudar a criança, a família e os professores a compreender os sintomas e os prejuízos do TDH, Desfazer rótulos prévios (preguiçoso) e melhorar a autoestima das crianças, os pais precisam entender como lidar com essa situação.

*Na sala de aula, algumas ações podem ser realizadas:
1º Fazer planejamento e cronograma com as crianças: pois auxiliam na dificuldade de planejamento das crianças, incluindo todas as atividades inclusive as tarefas e acompanhar esse calendário com a criança;
2º Valorizar as atitudes positivas: elogiar, reconhecer as ações positivas: intervenção comportamental baseada em contingências, premiar respostas e atitudes adequadas, reforçadores para o comportamento esperado;
3 º Envolver a criança nas atividades da sala: envolver o aluno na sala de aula, torná-lo útil, mesmo que seja em apagar a lousa por exemplo;
4º Ajuda na impulsividade: motivar ela esperar a vez dela, por exemplo;
5º Discutir/ conversar/ envolver sempre com os pais.

Após ver essa vídeo aula de extrema relevância ao meu ver lembrei de uma sala de aula da escola que trabalho, Maternal I, com crianças de 02 á 03 anos. Essa sala de 17 alunos temos 02 alunos, um menino e uma menina com características muito aproximadas do hiperativo-impulsivo e em alguns momentos a menina se mostra ser desatenta, o que na verdade já percebemos que é uma forma pessoal dela vivenciar aquilo que não lhe interessa, pois grava com muita facilidade qualquer conversa ou diálogo feita diretamente á ela.
Nos dois casos específicos deparamo-nos com o desespero das famílias, que diziam “não saber o que fazer” diante dos desafios postos com a agitação das crianças e no caso específico do aluno a agressividade. 
Somos da visão de que é muito cedo para fazermos um pré-diagnóstico e solicitar esse diagnóstico médico, mas como temos esse trabalho muito aproximado da família e assim sabemos que em ambos os casos, o contexto social contribui muito para “alguns comportamentos” dessas crianças.
Estamos então realizando um trabalho muito legal com as famílias, principalmente com a família do menino que no primeiro momento se revoltou e “culpabilizou” a escola, mas que hoje compreendeu a importância de trabalharmos em parceria e a escola por sua vez, mostrou-se aberta e receptiva para isso, tendo os educadores em sala de aula um extremo cuidado no trabalho com o aluno, desenvolvendo até mesmo algumas ações individuais nos momentos de maior agitação. 
Não tenho como relatar o término dessa história, pois ela é recente para nós, mas estamos no caminho, foi isso que percebi com essa vídeo aula.
É claro que todo o conhecimento científico sobre TDH é muito importante, mas o que mais me chamou a atenção nessa aula foi a necessidade de trabalharmos em conjunto, considerando que a TDH é multifatorial, foi o que mais achei interessante.

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