quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vídeo 27- Aula : Práticas de cidadania.

Disciplina Educação e Valores
Vídeo 27- Aula : Práticas de cidadania. Por:
Visualizado em: 22/10/2012
Educação e Valores

      Essa vídeo aula sobre Projetos de Atenção Direta a comunidade, foi abordada a partir da perspectiva psicossocial, considerando a realidade social, através da concepção construtivista e histórico cultural, ou seja, acredita que o sujeito humano produz e é determinado pela realidade social.
      Nesta perspectiva a construção de conhecimento se da  pelo acumulo histórico que as sociedades produzem e que a partir disso formam as produções de "sentido" no Mundo, a forma com que cada sujeito ou grupo vê o Mundo.
       A perspectiva psicossocial é construída a partir de um processo dialético de transformação, ou seja, se da a partir da interação dinâmica e constante e do processo discursivo.
      Neste sentido é percebido que os valores de crenças e representações, assim como as doenças são vistas e concebidas através das atribuições de valores sociais, propósitos atribuídos pelas experiências vivenciadas por pessoas ou grupos.
      O que tudo isso tem haver com projetos de buscam o reconhecimento e a efetivação na garantia da cidadania?
      Para se propor um projeto é necessário conhecer as características e contextos de vida da população que pretendemos ter como publico alvo, criando parcerias para conhecimento dos diferentes saberes, sem menosprezar os saberes popular, ou até mesmo super valorizar os saberes científicos, mas sim mediando, buscando a compreensão do sentido de criação e representação dos mesmos, enquanto sujeito e/ou grupo.
     Nesta visão consideramos o sujeito como " sujeito ampliado ", ou seja, composto por sua compreensão  psicológica, emocional, resultado do intercruzamento das dimensões histórico culturais, reconhecendo as diferentes formas de produção da subjetividade que implicam em crenças e assim determinam posturas e até mesmo o modo de agir de cada um.
      Resumindo, nem sempre aquilo que é bom para gente enquanto pessoa ou profissional é visto como bom para o publico que vamos trabalhar.
      Diante de todas essas conceituações  feitas, são indicadas como etapas para criação de um projeto social, ou de atenção direta a comunidade, bem sucedido:
Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz.
Lucas 8:171- Aproximação detalhada e sensível ao campo, ou seja, caracterização e contextualização;
2- Criação de parcerias: conhecer a dinâmica, os valores, as convicções, origem das pessoas e os lideres locais ( " porta vozes da comunidade") ;
3- Problematização das demandas e definição dos temas do projeto, ou seja, transformar as solicitações realmente em temas, buscando sempre as causas);
4- Definição do publico alvo feita a partir do diagnostico ;
5- Definição da metodologia e de estratégias de intervenção para se atingir os objetivos propostos  ;
6- Definição dos resultados esperados (para poder verificar os efeitos, impactos e valor da continuidade do projeto);
7- Criação do cronograma, não com a intenção de "engessar" o projeto, mas de organizar suas ações .
    
      No serviço social a vertente dialética é tida como ideal e a que mais se identificam os assistentes sociais, buscar conhecer a realidade e partir das necessidades apresentadas como proposta de projetos é algo muito trabalhado em nossa formação.
      Quando iniciei meu trabalho na escola que exerço atualmente a função de coordenação geral, a mesma estava sendo implantada , tratava- se de uma escola mantida única e exclusivamente por empresa, através de uma ação de Responsabilidade Social, oferecendo atendimento gratuito a população residente a um bairro de periferia (o maior de nosso município), o qual era localizado no entorno da referida empresa. Uma realidade nova para todos.
      A fim de conhecer um pouco mais sobre essa população, eu como assistente social na época fui até as casas, conjuntamente com uma colega de profissão de outro projeto e fizemos um pré cadastro das famílias que tinham crianças de 0 à 02anos de idade ( idade que iríamos começar a atender).
      Posteriormente a aquele contato fiquei realmente abismada com a diferença de perfil entre aquela comunidade e as outras duas que estagiei no período da faculdade, todas de periferia e de um mesmo município. Em uma brincadeira de “vou levar o bebe embora" após pega-lo e me "apaixonar" por ele, a resposta séria e firme da mãe de, "pode levar”, me fazia perceber a necessidade de trabalhar inicialmente a afetividade dessas famílias.
     Hoje à 07 anos trabalhando com esse publico alvo ainda tenho muitos desafios e considero a escola vitoriosa em muitos outros, a parceria escola e família é muito forte, antes de iniciar nossas aulas com as crianças tivemos nosso primeiro momento com a família que sentou na carteira, brincou com os brinquedos e se encantou com a educação infantil.
     Algumas vezes quando me sinto no papel de "julgadora" percebo que a minha visita ao bairro já perdeu a validade e devo voltar para assim como no principio buscar a compreensão dos valores desta comunidade e ter novas inspirações de ações efetivas e que realmente vão de encontro às necessidades e buscas destas famílias.
      Outro aspecto que refleti também foi: como uma escola utiliza um projeto de outra escola se seu publico é característico de todas essas subjetividades pontuado acima?
  

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