sábado, 22 de junho de 2013

Video-aula 28: O professor não pode estar só- parte II. Por: Jaqueline Crempe.

Módulo IV
Disciplina: Educação Especial e Inclusiva: possibilidades, avanço e desafios.
Video-aula 28: O professor não pode estar só- parte II. Por: Jaqueline Crempe.
Visualizada em: 22/06/2013.

            A Constituição Federativa de 1988 declara como direito de todos a: “ Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.” Porem tal direito não é a realidade de muitas crianças e jovens, principalmente aqueles que apresentam NEE, vinculadas ou não a deficiência.
            As NEE implicam no modo de aprender (facilidades e dificuldades) e no modo de se comportar, tendo o professor que muitas vezes responsabilizar-se pela inclusão de forma “solitária” na sala de aula.
            Exemplo da vivência do professor na perspectiva de estar só: 01 Professor + 40 alunos+ aula programada (matéria) + diferentes modos de aprender + diferentes modos de comportar-se = Frustração do professor ou Inadequação do aluno.
            A persistência das dificuldades e das (In) capacidades do aluno leva o professor a questionar as expectativas do professor sobre o potencial do aluno e sobre a sua própria capacidade de “fazer aprender”, gerando a FRUSTRAÇÂO.
            A frustração envolve a necessidade de revisão das expectativas (onde eu acredito que o aluno pode chegar? Onde o aluno tem capacidade de chegar), a revisão das perspectivas de como posso preparar minhas aulas para envolver esse aluno, respeitando suas dificuldades e investindo em suas potencialidades.
            Para lidar com a frustração é necessário criar um espaço coletivo para debate.
“O professor sozinho, ainda que busque ajuda na equipe escolar de apoio- a qual muitas vezes não entende dispor recursos para atuar efetivamente na situação- vê seu esforço e seu recurso esgotado no âmbito educacional e chega á conclusão de que aquela escola, aquele grupo já não pode mais fazer nada por aquele aluno. Assim, torna-se natural compreender que o aluno não tem recursos para estar ali.”
            As capacidades e dificuldades do aluno, acaba por refletir e questionar as dificuldades e as capacidades do professor, alunos e professor são responsabilizados e culpabilizados pelo insucesso, assim o aluno acaba sendo excluído e o professor desestimulado.
            Afinal: Quem pode e deve ajudar nessa situação, em parece que não mais nada o que se fazer?
*A equipe escolar: que tem o papel de garantir uma escola organizada e inclusiva; realizar encaminhamentos e solicitar serviços; realizar a busca e acesso a suporte, identificação dos recursos existentes na comunidade, estabelecimento de parcerias, convênios ou quaisquer outras formas de ação conjunta.
* A equipe interdisciplinar: a possibilidade de discussão com profissionais da Psicologia, Assistência Social, o acesso a profissionais da saúde que possam fazer diagnósticos e que realizam o acompanhamento desses alunos e/ou de suas famílias: enriquece e amplia as possibilidades de intervenção.
“Todos se sentem mais capazes quando descobrem novas possibilidades de intervir.”  
“A própria criança sente-se capaz, pois se sente compreendida em sua dificuldade, e ainda ganha motivação pra desenvolver e descobrir seus potenciais.”
            Porém somos alertados de que os múltiplos atendimentos feitos por múltiplos profissionais podem gerar múltiplas perspectivas, trazendo ao atendimento multidisciplinar da criança ou adolescente á fragmentação e a possibilidade de repetições nos atendimentos, ou seja, lacunas nas ações, mas se esse trabalho for desenvolvido de forma integrada, sem uma hierarquia entre profissionais, levando as discussões para além de relatórios e documentos diagnósticos, podem dar origem ao atendimento interdisciplinar, com compartilhamento de saber, ampliação de perspectivas, possibilidade de compreensão da criança ou adolescente em sua complexidade e potencialidades, dando abertura de novas possibilidades, inclusive de mobilização da família.
            Vimos que o diagnóstico na perspectiva multidisciplinar o enfoque está na nomenclatura da deficiência, tal como das limitações existentes ás mesmas, tal como os cuidados necessários e á partir disso o professor de forma isolada vai à busca das estratégias e da descoberta de potencialidades dos alunos. Já na perspectiva Interdisciplinar todo o processo é feito em conjunto (equipe inter e extra escolar), ampliando as perspectivas e possibilidades de atuação, tanto no que tange a compreensão do aluno com NEE, como do papel do professor nesse cenário.
Exemplo da vivência do professor na perspectiva de Não estar só: 01 Professor (Disponibilidade á mudança e a compreensão empática do aluno) + 40 alunos+ tarefa de conhecer seus alunos (seus diferentes modos de comporta-se, dificuldades e potencialidades) com apoio de outros profissionais +Programar ás aulas (processo considera seus alunos, seus diferentes modos de aprender) com apoio da equipe de coordenação pedagógica e/ou Educação Espacial + Espaço intra escolar para expor experiências, frustrações e trabalhar os desafio.
            O professor tem o importante papel de não deixar-se estar só, podendo e devendo exigir que a equipe escolar cumpra seu papel no estabelecimento de parcerias e acesso á serviços de suporto a fim de que seus alunos sejam atendidos em suas necessidades especiais, nas e para além das educacionais.
            É necessário que professor esteja aberto a aprender, utilizar-se, compartilhar conhecimentos, rever e reconsiderar, tendo na relação com o aluno a preocupação na comunicação por gestos, olhares e palavras, gerando a sua compreensão, confiança e crença no potencial, caso assim perceba, ou o contrário, procurando refletir sobre suas concepções e expectativas acerca do aluno.
            Ser o mais autentico possível, tentando compreender o aluno de maneira empática, sendo capaz de enfatizar diariamente aos pais os avanços alcançados e não apenas dificuldades, uma vez que, a ênfase na potencialidade estimula e encoraja os pais a não desistirem ou subjulgarem seus filhos, possibilitando a revisão de suas expectativas, como mudanças positivas no relacionamento intrafamiliar, gerando assim aos alunos o direito a uma educação que visa o pleno desenvolvimento da pessoa e ainda a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, como declarado na Constituição Federativa do Brasil de 1988, como um direito de todos.
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