quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Vídeo-aula 28: Depressão na infância e adolescência

Disciplina: Saúde na Escola
Vídeo-aula 28: Depressão na infância e adolescência. Por: Paula Fernandes.
Visualizado em: 04/12/2012.


Depressão é uma doença grave. Se não for tratada adequadamente, interfere no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida. Nos adultos, é mais fácil de ser diagnosticada. Eles se queixam e, mesmo que não o façam, suas atitudes revelam que não se sentem bem e a família percebe que algo de errado está acontecendo. Com as crianças, é diferente. Elas aceitam a depressão como fato natural, próprio de seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença e que podem ser aliviados. Calam-se, retraem-se e os pais, de modo geral, custam a dar conta de que o filho precisa de ajuda.

Foi discutido até então (nas video- aulas anteriores) todos os fatores de saúde que podem prejudicar a qualidade das relações no ambiente escolar, tanto por parte dos alunos, como dos professores e dentre essas está a depressão que pode assombra tanto os alunos como os professores, mas nesta video tivemos o enfoque maior nos alunos, ou seja, na depressão na infância e na adolescenciA.
De acordo com o site Psicosite (Disponível em: http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm):

Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Assim a depressão, trata-se de conjunto de sintomas que durem mais de um mês (CID 10 e DSM IV)
Os sintomas depressivos, segundo Drauzio Varella, são percebidos mediante a atenção dos adultos:
A criança tem grande dificuldade para expressar que está deprimida. Primeiro, porque não sabe nomear as próprias emoções. Depende do adulto para dar o significado daquilo que se chama tristeza, ansiedade, angústia. Por isso, tende a somatizar o sofrimento e queixa-se de problemas físicos, porque é mais fácil explicar males concretos, orgânicos, do que um de caráter emocional.
Alguns aspectos do comportamento infantil podem revelar que a depressão está instalada. Por natureza, a criança está sempre em atividade, explorando o ambiente, querendo descobrir coisas novas. Quando se sente insegura, retrai-se e o desejo de exploração do ambiente desaparece. Por isso, é preciso estar atento quando ela começa a ficar quieta, parada, com muito medo de separar-se das pessoas que lhe servem de referência, como o pai, a mãe ou o cuidador. Outro ponto importante a ser observado é a qualidade de sono que muda muito nos quadros depressivos.
O que se tem percebido nos últimos anos é que a depressão, na infância, caracteriza-se pela associação de vários sintomas que vão além da ansiedade de separação manifesta quando a criança começa a frequentar a escola, por exemplo, e incluem até de medo de comer e a escolha dos alimentos passa a ser seletiva.
Portanto, a criança pode estar dando sinais de depressão quando a ansiedade de separação persiste e ela reclama o tempo todo de dores de cabeça ou de barriga, nunca demonstrando que está bem.
O mesmo reforça ainda a diferença dos sintomas entre crianças e adolescentes:
Existe, principalmente nos meninos, até por fatores culturais. O menino não internaliza as emoções como a menina, que se tranca no quarto e chora. Ele se torna extremamente agressivo, fica na defensiva o tempo todo e sai brigando com o mundo.
Basta alguém lhe dizer bom-dia, para achar que o estão acusando de alguma coisa. Rebelde e desafiador, está permanentemente em confronto. Cria problemas na escola, em casa e entra em conflito com as figuras hierárquicas. Irrita-se com muita facilidade e essas reações, às vezes, são confundidas com algum transtorno de comportamento. Quando se fala aos pais que ele está deprimido, eles reagem: “Como? Se ele tem uma energia para brigar que não tem fim?”.
Na realidade, o adolescente deprimido age como se a melhor defesa fosse o ataque e, se conseguimos ultrapassar essa barreira, ele se mostra muito angustiado e chora.
Foram apresentados como sintomas na vídeo aula:
* Tristeza;
* Falta de motivação;
* Solidão;
* Humor deprimido, irritável ou instável;
* mudanças súbitas de comportamento: explosão de raiva, brigas;
* Mudanças de apetite e de peso;
* Dificuldade em divertir-se;
* Queixas: " tédio ou " sem nada para fazer" ;
* Preferência por atividades solitárias;
* Queixas Físicas: cansaço, falta de energia, dores de cabeça, dores de barriga, insônia;
* Pensamentos recorrentes de morte;
* Ideias e planejamento de suicídios;
* Preocupações;
* Sentimentos de culpa;
* Baixa autoestima;
* Choro excessivo;
* Hipoatividade;
* Fala em ritmo devagar, monosilábico.

Verificamos também que as causas da depressão infantil podem ser:
* Genética;
* Psicológica;
* Sócioculturais;
São considerados como fatores de Risco
* História familiar de depressão;
* Sexo feminino;
* Episódios anteriores de depressão;
* Acontecimentos estressantes;
* dependência de drogas;
* violência domestica;
* elevada exigência acadêmica.

Na escola, os sintomas podem ser precebidoa,através da:
* Queda do rendimento escolar;
* Falta de concentração;
* Perda do interesse pelas atividades;
* Falta de motivação;
* Pensamento lentificado;
* Impulsividade e irritabilidade(brigas);
* Choro fácil;
* Isolamento na sala de aula e no recreio;
* Dificuldades nos processos cognitivos.

A depressão na infância caso não seja tratada pode comprometer o desenvolvimento e o funcionamento social da criança e do adolescente, podendo ter recorrência na vida adulta. Os tratamentos são:
* Medicamentos;
* Psicoterapia;
* Suporte familiar;
* Psico-educação.

São aspectos Importantes, a serem desenvolvidos neste contexto:
* Identificar os antecedentes do epsódio depressivo;
* Minimizar o impacto negativo dos sintomas depressivos;
* Aumentar a eficácia dos esforços de soluções e problemas;
* A pessoa precisa aprender habilidades para lidar com problemas futuros;
* Fortaleça as condições que garantam a busca por ajuda em todos os contextos. (Família, trabalho, escola, comunidade)

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