Disciplina: Educação e Valores
Vídeo 03- Aula: O juízo moral da criança. Por: Ulisses Araújo.
Data de Visualização: 15/09/2012
Nesta vídeo aula inicial percebemos o processo de construção de valores da criança, com base nos conceitos de Piaget, mas especificamente em seu livro escrito em 1932, “ O juízo Moral da Criança”.
Segundo Jean Piaget:" Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o individuo adquire por essas regras."
Nesta
linha deverá ser considerada uma pessoa moral aquela que segue as regras da
sociedade, leis essas estabelecidas por grupos os quais são pertencentes.
Para compreendermos um poco mais sobre o a construção dos valores e a formação do juízo moral é necessário percebermos que esse processo ocorre por todo o decorrer da vida de uma pessoa, ou seja desde a seu nascimento até o fim de sua vida.
Quando nascemos não possuímos a percepção da existência de regras, essa ausência de regras foi caracterizado pelo autor, como anomia.
Para o mesmo, com o passar do tempo vamos notando a existência de regras em nosso meio, e que além de existirem elas vêm de diversas fontes, passamos a nos preocupar em respeitar as mesmas, porém esse respeito muita vezes é unilateral, essa situação é então caracterizada como heteronomia.
Posteriormente a esses processos vamos internalizando todo esse conhecimento, tendo essas percepções e criando as nossas próprias regras, a cobrança vêm do próprio sujeito, e ai então construímos a autonomia.
Apesar de comumente a autonomia ser considerada como independência, após a explanação desta referida aula é sentido que essa muitas vezes está no caminho contrário da autonomia, uma vez que ao sujeito realizar suas atividades sozinho e no tempo próprio, desconsiderando o tempo e as habilidades alheias, não está realizando aquilo que se é tido como o melhor e o combinado entre um grupo por exemplo, desta maneira a independência deve analisada cautelosamente antes de ser diretamente vista como autonomia, podendo expressar sim o egocentrismo.
Apesar de descrito sequencialmente, o processo existente entre Anomia, Heteronomia e Autonomia não ocorre assim “automaticamente”, a autonomia é uma planta valiosa, importante, porém com sua necessidades especiais para o florescimento, é necessário à está um solo acolhedor onde prevaleçam as relações de cooperação se sobrepondo as relações de coação, trabalhando no mesmo nível substituindo o respeito unilateral pelo respeito mútuo.
Ainda nesta linha de raciocínio é notório a diferença existente entre respeito e obediência, sendo a obediência embasada no medo e no seguimento puro e simples do que lhe é “cobrado”, e o respeito inerente da relação ente o amor e o medo, porém aqui o medo é tido como medo da perda da afetividade, do amor daquele ao qual se relaciona.
Extremamente
importante foi perceber a diferença entre autonomia e independência, dois temas
tão confundidos, principalmente para nós profissionais da educação infantil.
Outro aspecto importante foi
perceber como muitas pessoas mesmo depois de adulto ainda encontram-se no
processo de heteronomia, esperando sempre esperando a “ordem” de fora para
dentro, se ninguém tá vendo não tem problema. A cada dia mais me conscientizo e
defendo a importância da educação se trabalhar a autoestima e o exercício da
cidadania.
A pouco menos de um ano fui
convidada para “dar aula”de exercícios teatrais em uma cidade próxima a Bauru,
com crianças e adolescentes de 07 á 16 anos, uma das atividades realizada diariamente
e no inicio de toda a aula é chamada “Roda do Olhar”, na qual abrimos mão dos
dizer oi com as palavras e passamos utilizar nosso corpo, nosso olhar para
isso, o caos foi grande por dois meses e a vontade desistir de alguns dias se
misturava com o de persistir, hoje estamos nós na ampliação deste projeto para
além dos jogos teatrais mas para a discussão e reflexão de valores e formas de
democráticas de se trabalhar em grupo.
Criamos conjuntamente “regras”para o
andamento do grupo e aqueles que não se sentem respeitado ou até mesmo infeliz
com a dinâmica de grupo pede os 5 minutos finais (que sempre viram 15 minutos ou mais) expõem suas criticas,
questionamentos e realizamos um breve debate.
A cada encontro a ampliação da
criticidade, da tolerância, o corpo acompanha a flexibilidade do pensar, a
clareza dos pensamentos e dos sentimentos traz a leveza dos gestos e
aproximação do grupo.
Durante os 05 minutos finais (quando
solicitados) o exercício democrático se mistura com a visão tradicionalista de
bagunça, mas resultado das mesmas vão
sempre além do esperado.
Relatos diários de como as aulas
fazem bem para eles e como a escola faz “mal” me preocupam. Quando questionados
do porque a resposta “Aqui a gente tem tempo de se conhecer e ver quem a gente
é” é a principal. A cada dia me convenço de que precisamos de forma urgente
repensar a educação e é claro de agir em direção a isso e que se preciso
mudemos até de nome, para trazer a tona o novo necessário.
De acordo cow wikpedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget
Sir Jean William Fritz Piaget (Neuchâtel, 9 de agosto de 1896 - Genebra, 16 de setembro de 1980) foi um epistemólogo suíço, considerado o um dos mais importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica[nota 1] e fundou a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano.[1]
Estudou inicialmente biologia na Universidade de Neuchâtel onde concluiu seu doutorado, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954,
e tornou-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica.
Durante sua vida Piaget escreveu mais de cinqüenta livros e diversas
centenas de artigos.
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