sábado, 6 de abril de 2013

Vídeo-aula 22: EDH, inclusão e acessibilidade. Por: Sinara Zardo.



Disciplina: Educação em Direitos Humanos
Vídeo-aula 22: EDH, inclusão e acessibilidade. Por: Sinara Zardo.
Visualizado em: 06/04/2013

“A aula discute a questão da educação inclusiva e da educação especial sob a perspectiva das normativas que orientam as políticas públicas.”

Educação em Direitos Humanos é uma proposta que trabalha na perspectiva da formação de sujeitos de direitos e que também trata do direito a educação, que incluem todos os alunos, entre eles os alunos de educação especial (acessibilidade), para isso se torna importante um aprofundamento das temáticas: Igualdade, Diferença e Alteridade.
Historicamente as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade, posteriormente com a ascensão do Cristianismo, a deficiência passa a ser aceita, mas vista com certa piedade e existe então o surgimento da institucionalização.
Com o avanço da ciência e dos estudos da deficiência que surge a preocupação e as ações de “inclusão", o que na verdade era de “Integração”.
* Integração ( aluno se adequar a realidade);
* Inclusão (questiona a padronização do ensino);
No Brasil- Constituição 1998, em seus artigos 205º e 208º passa a legitimar o direito a educação, como sendo o direito de todos, esses artigos trata-se da contextualização de várias declarações internacionais.
A Constituição de 1998 traz também a deficiência com transversalidade á todas as políticas sociais, a ela vêm também fortalecer a LDB e ECA.
Apesar da política para integração dos “deficientes” ter sido gerada 1994 perspectiva integradora, falta dos pré requisitos e é á partir da Resolução de 2 de 2001, que são geradas as diretrizes com orientações mais inovadoras .
Em 2008 é elaborada  Política Nacional de Educação Especial na perspectiva de educação inclusiva.
As mudanças na terminologia (Antigos excepcionais, deficientes, etc..), considera na atualidade que a pessoa com alguma deficiência não é portada de algo e que isso é uma condição humana e deve ser visto como uma diferença que tem que ser respeitada, ou seja, uma diferença ou necessidade específica)
 Assim a Educação Especial deve ser transversal, deve acompanhar a trajetória desses alunos na sua trajetória escolar, oferecer o atendimento especializado, acessibilidade nas dimensões arquitetônica, comunicação, pedagógica e tecnologias, informação e comunicação.
A professora faz ainda a indicação do aprofundamento do decreto 261º de 2008, que trata do financiamento que dá suporte á inclusão (à partir de 2010) e da resolução número 4 de 2009 Detalha a prática neste contexto, apresenta como modelo o programa governamental “Plano Viver sem Limite” .
Salienta que além da Tolerância o respeito, mas recursos que garantam a participação do aluno nas aulas e sociedade (Necessidade de estudo).
Em direção a essa vídeo aula 02 filmes me remetem á tal contexto e as dificuldades enfrentadas no mesmo, são eles:


Vermelho como céu (http://www.youtube.com/watch?v=iXgSriICk2g): Anos 70. Mirco (Luca Capriotti) é um garoto toscano de 10 anos que é apaixonado pelo cinema. Entretanto, após um acidente, ele perde a visão. Rejeitado pela escola pública, que não o considera uma criança normal, ele é enviado a um instituto de deficientes visuais em Gênova. Lá descobre um velho gravador, com o qual passa a criar estórias sonoras.


Como Estrelas na Terra (http://www.youtube.com/watch?v=hEWaAJI_jSE) : O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.

Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria.

Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava . Ele ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.

Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme "Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador.

O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os professores não estão preparados para essa mudança.

Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências.


Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/20287/resenha-critica-do-filme-como-estrelas-na-terra-toda-crianca-e-especial#ixzz2PigcBxdf



Ainda temos muito o que aprender com a inclusão, essa semana (de 12/04/2013 á 14/04/2013) recebi um e-mail de uma educadora (em uma rede de educadores que participo), relatando que apanhou de um aluno na inclusão.

"Venho pensando a alguns dias sobre a inclusão e gostaria de compartilhar essa angústia.
 Ocorreu me um fato está semana e fico chateada de a educação ser como é.
Sabemos que a inclusão social é dada a partir de uma lei federal e que não estamos preparados para tal tarefa ,percebo que tem aumentando muito o numero de alunos nas escolas.
Está semana apanhei de um menino de 8 anos, fiquei com hematomas numa situação de contenção.
O que vocês pensam sobre isso? deveria eu ter feito um Boletim de Ocorrência? Minha escola deveria ter me indicado a isto?"

Diante vários relatos sobre o assunto alguns me sensibilizaram e me fizeram refletir muito. tais como:
"sua angústia e suas dores, no entanto como educadora de inclusão há 40 anos, quando nem mesmo lei existia, muito pelo contrário, já vivenciei abaixo assinado de pais pedindo para que a criança que babasse fosse retirada da sala de seus "maravilhosos filhos que não babavam". Tenho a lhe escrever palavras de conforto e ânimo: 
Encare este menino de 8 anos como seu grande MESTRE que a natureza lhe oferece. 
Aprenda com ele a penetrar no mundo dos excluídos e alavancá-lo para uma cultura de paz. 
Não creia que leis e a execução delas fazem meninos melhores ou piores. Se assim fosse não teríamos mais estupros pois as leis para tal crime são fortíssimas e há ainda a lei "moral dos presos" que pouco deixa de castigar os estupradores quando presos. 
Creia que exclusão gera desamor, medo, agressão, soberbia, orgulho, inveja, competição, desumanização e inclusão gera amor, aceitação, desenvolvimento, solidariedade...
Assista a uma reportagem em que o nosso querido Paladino da Inclusão Prof. José Pacheco conta o caso do menino que batia nos professores. Leia o livro que Pacheco escreveu denominado:"Inclusão não Rima com Solidão". Vale a pena receber mais uma palavra e modelo de esperança. 
Vá enfrente! 
Quero me colocar a sua disposição para fazer-lhe companhia nesta caminhada.
Um bom trabalho para você." (Sujeito 1)

é difícil  e triste, mas esperado nesta esfera tão gigante que é a educação, a troca do amor, a inclusão...Incluir não é fácil , no fundo todos nós precisamos ser incluídos em algo, alguma coisa...creio que nesta jornada, vamos aprender muito , pensar tudo isto é agir , é a revolução. 
Ler o livro do nosso mestre que viveu muitas violências nesta caminhada, assistir  "os caminhos para inclusão" , inserir familia, escola,a  criança, dialogar e creio que Suely Costa neste assunto possa apoiar. 
Do meu coração, creio apenas que BO, delegacia, policia não funcionam, eles são opressores, reprodutores de um sistema falido. Quanto as leis , diria o poeta são feitas como salsichas, melhor não saber...no Brasil é assim ....
Acredito em outros caminhos. " (Sujeito 2)

Assim, para mim, pensar em inclusão é pensar muito além é ter uma visão "holística" de tudo e de todos, para que possamos realmente considerar o papel e a condição de cada um desses sujeitos envolvidos no processo.

Como diz José Pacheco (Fonte: :http://www.bengalalegal.com/jose-pacheco)

Solidão não rima com inclusão.

05/03/2011 - José Pacheco 
Aos cínicos (que ainda encontro por aí...) direi que, onde houver turmas de alunos enfileirados em salas-celas, não haverá inclusão. Onde houver séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como se de um só se tratasse, não haverá inclusão.
Nunca será de mais voltar ao assunto, para lembrar que, apesar da teoria e contra ela, a realidade diz- nos que, desde há séculos, tudo está escrito e tudo continua por concretizar. Nunca será de mais falar de inclusão. Nunca será de mais lembrar que os projectos humanos carecem de um novo sistema ético e de uma matriz axiológica clara, baseada no saber cuidar, conviver com a diversidade.
A chamada educação inclusiva não surgiu por acaso, nem é missão exclusiva da escola. É um produto histórico de uma época e de realidades educacionais contemporâneas, uma época que requer que abandonemos muitos dos nossos estereótipos e preconceitos, que exige que se transforme a "escola estatal" em escola pública - uma escola que a todos acolha e a cada qual dê oportunidades de ser e de aprender.
Os obstáculos que uma escola encontra, quando aspira a práticas de inclusão, são problemas de relação. As escolas carecem de espaços de convivencialidade reflexiva, de procurar compreender que pessoas são aquelas com quem partilhamos os dias, quais são as suas necessidades (educativas e outras), cuidar da pessoa do professor, para que se veja na dignidade de pessoa humana e veja outros educadores como pessoas. Sempre que um professor se assume individualmente responsável pelos actos do seu colectivo, reelabora a sua cultura pessoal e profissional... "inclui-se". Como não se transmite aquilo que se diz, mas aquilo que se é, os professores inclusos numa equipa com projecto promovem a inclusão.
Aos adeptos do pensamento único (que ainda encontro por aí...) direi ser preciso saber fazer silêncio "escutatório", fundamento do reconhecimento do outro. Que precisamos de rever a nossa necessidade de desejar o outro conforme nossa a imagem, mas respeitá-lo numa perspectiva não narcísica, ou seja, aquela que respeita o outro, o não-eu, o diferente de mim, aquela que não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de ideias e crenças, como nos avisaria Freud. Isso também é caminho para a inclusão.
Aos cínicos (que ainda encontro por aí...) direi que, onde houver turmas de alunos enfileirados em salas-celas, não haverá inclusão. Onde houver séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como se de um só se tratasse, não haverá inclusão. Direi que, enquanto o professor estiver sozinho, não haverá inclusão.
Insisto na necessidade da metamorfose do professor, que deve sair de si (necessidade de se conhecer); sair da sala de aula (necessidade de reconhecer o outro); sair da escola (necessidade de compreender o mundo). O ethos organizacional de uma escola depende da sua inserção social, de relações de proximidade com outros actores sociais.
Também é requisito de inclusão o reconhecimento da imprevisibilidade de que se reveste todo o acto educativo. Enquanto acto de relação, ele é único, irrepetível, impossível de prever (de planear) e é de um para um (questionando abstracções como "turma" ou "grupo homogéneo"), nas dimensões cognitiva, afectiva, emocional, física, moral... As escolas que reconhecem tais requisitos estarão a caminho da inclusão.
Na solidão do professor em sala de aula não há inclusão. Nem do aluno, metade do dia enfileirado, vigiado, impedido de dialogar com o colega do lado, e a outra metade, frente a um televisor, a uma tela de computador ou de telemóvel... sozinho. A inclusão depende da solidariedade exercida em equipas educativas. Um projecto de inclusão é um acto colectivo e só tem sentido no quadro de um projecto local de desenvolvimento consubstanciado numa lógica comunitária, algo que pressupõe uma profunda transformação cultural.

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